Texto: Thaís Melo
Com o crescimento do número de plataformas internacionais de streaming no Brasil a cada dia mais séries nacionais são produzidas. Atualmente temos disponíveis no país: Netflix, Amazon Prime Video, HBO Max (que em breve se tornará apenas Max), Disney +, Star +, Paramount + dentre outras. Aliando esse fato ao início do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva que vem incentivando e investindo em cultura, o mercado audiovisual vive uma excelente fase para o início de novos projetos.
No governo anterior era comum a falta de incentivo e até mesmo o ataque à arte e as obras audiovisuais por parte do ex-presidente e de seus aliados, isso sem contar com a falta de preparo dos nomes que assumiram o Ministério da Cultura durante os quatro anos de mandato. Para piorar a situação ainda teve a pandemia de Covid-19 que levou ao atraso ou cancelamento de diversas produções.
No governo atual, o cargo de ministra de cultura foi ocupado pela cantora Margareth Menezes e as previsões para os investimentos em cultura por parte do governo parecem boas, com leis de incentivo a cultura saindo do papel como a Lei Paulo Gustavo. Um ponto a se observar é que durante a pandemia muitas produtoras brasileiras começaram a focar na produção de conteúdo para essas grandes plataformas de streaming, mas nesse caso os direitos dessas obras pertencem às plataformas e não as produtoras que acabam atuando como prestadoras de serviços.
Com isso, a maior parte do lucro da série fica com a plataforma e a grande maioria delas são empresas internacionais. Para fazer com que uma parte maior da receita gerada pelas séries e filmes brasileiros fique no próprio país, pode ser interessante que as produtoras comecem a fazer uso dos direitos autorais dessas obras. Passando de prestadoras de serviços para coprodutoras nos projetos, tendo assim parte dos direitos autorais das produções.
Outros países como a Coréia do Sul, a França e o Canadá já usam esse esquema de coprodução com as plataformas e com isso conseguem mais lucro e também uma maior liberdade criativa. Dando de fato a cara do país aquela produção ao invés de só fazer mais uma obra genérica seguindo padrões hollywoodianos.
Além dos ganhos criativos também existem os ganhos econômicos, pois o esquema de coprodução pode gerar mais empregos no país, mais dinheiro circulando internamente no Brasil e um maior reconhecimento de nossas habilidades como produtores de conteúdo audiovisual internacionalmente. Por isso, esse esquema de trabalho seria interessante para o governo, para as produtoras e para os profissionais da área de produção cinematográfica.
E você, o que pensa sobre o esquema de coprodução entre produtoras e plataformas de streaming?
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