Documentários nacionais para assistir já!
Texto: Thaís Melo
Já fizemos listas de filmes de ficção marcantes do cinema nacional, mas hoje vamos falar sobre cinco documentários brasileiros imperdíveis para quem tem interesse pelo audiovisual nacional. Com os mais diversos estilos de direção, montagem e temáticas eles retratam parte da realidade do Brasil. Essa será apenas a parte um dessa lista, pois com tantos documentários relevantes não coube tudo em uma matéria só.
Cabra Marcado para Morrer (1984)
No documentário de 1984 “Cabra Marcado para Morrer” dirigido por Eduardo Coutinho conhecemos a vida de João Pedro Teixeira. Uma figura de liderança da Paraíba que foi assassinado em 1962. Um fato curioso a respeito dessa obra é que devido ao golpe militar as gravações foram interrompidas em 1964 e só puderam ser retomadas 17 anos depois. Mas o resultado de tanto esforço valeu a pena, pois além de diversos prêmios a obra entrou para a lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Ilha das Flores (1989)
Essa obra que é muito reproduzida nas escolas brasileiras é breve, mas potente em transmitir a sua mensagem. O documentário “Ilha das Flores” produzido em 1989 é um curta-metragem dirigido por Jorge Furtado e conta a história de como o sistema econômico que seguimos é disfuncional e prejudicial seguindo o ciclo econômico de um alimento. Retratando de forma bem didática como nosso sistema de consumo desenfreado é injusto e danoso para o meio ambiente. A linguagem adotada nele pode parecer simplista, mas é bem eficiente.
Edifício Master (2002)
Já no documentário “Edifício Master” dirigido também por Eduardo Coutinho e lançado em 2002, vemos as histórias de 37 moradores de um edifício onde moram mais de 500 pessoas. Com 273 apartamentos e localizado em Copacabana o edifício reúne vários tipos de pessoas em suas dependências e a obra tenta mostrar as diferentes realidades e os diferentes olhares contidos nesse mesmo local. Sem julgamentos ou recursos sofisticados, a obra se propõe apenas a contar essas histórias diversas de forma intimista e crua.
Estamira (2005)
Em “Estamira” de 2005 o foco é uma só personagem. Acompanhamos sob o olhar do cineasta Marcos Prado a dura realidade de uma senhora de 63 anos com distúrbios mentais que vive e trabalha no aterro sanitário Jardim Gramacho no Rio de Janeiro. No longa, acompanhamos a realidade de Estamira que viveu por 22 anos dessa maneira precária e tenta ao decorrer do documentário passar a sua visão sobre a vida enquanto alterna entre lucidez e loucura. Premiado internacionalmente a obra mostra a visão de alguém que por boa parte da vida foi invisível para a sociedade.
Serras da Desordem (2006)
Abordando a questão indígena no Brasil, o diretor italiano Andrea Tonacci mostra em “Serras da Desordem” de 2006, a vida dessas pessoas com uma linguagem diferente, misturando imagens de arquivo com encenações feitas pelo próprio contador de histórias. Na obra acompanhamos a história de Carapirú que sobreviveu a um massacre sofrido pela tribo Awá-Guajá nos anos 70 e começa sua trajetória por diversos pontos do país em busca da sua sobrevivência.
Gostou da lista? Com tantos documentários relevantes que temos no audiovisual nacional, poderíamos falar de diversos títulos que ficaram fora dessa lista. Por isso, em breve faremos uma parte dois com mais documentários brasileiros incríveis e que valem a pena serem assistidos.