Texto: Thaís Melo
Na primeira parte dessa lista falamos sobre cinco obras cinematográficas brasileiras que conquistaram o público no Brasil e no exterior. Ganhando relevância em premiações internacionais essas obras foram responsáveis por apresentar o cinema e parte da cultura brasileira para o público internacional. Mas como são muitos títulos não conseguimos falar de todos em uma única matéria, por isso fizemos a parte dois com mais obras que tiveram relevância internacional.
Tropa de Elite (2007)
Um capitão da “Tropa de Elite” do Rio de Janeiro interpretado por Wagner Moura está prestes a ser pai e busca um substituto para ocupar o seu lugar. Enquanto lida com a missão de apaziguar a situação do tráfico de drogas no Morro do Turano, ele treina uma nova equipe e vê em dois aspirantes a oficiais da Polícia Militar que tentam entrar para o Bope (Batalhão de operações policiais especiais) possíveis substitutos. Mostrando a abordagem policial no combate ao tráfico de drogas, não poupando na hora de mostrar a violência e representando ainda a corrupção dentro da própria polícia o filme foi aclamado no Brasil e no exterior.
A obra foi um sucesso de bilheteria no país e ganhou os prêmios de melhor filme no Festival de Berlim e no Festival de Lisboa. Com o sucesso do primeiro longa o diretor resolveu produzir uma sequência e em 2010 foi lançado “Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro” dessa vez focando mais nas milícias do Rio de Janeiro, o filme também foi indicado a diversas premiações.
Hoje eu quero voltar sozinho (2014)
O romance LGBTQIAPN+ foi inspirado no curta do mesmo diretor “Hoje eu não quero voltar sozinho” e mostra a história de Leonardo, um adolescente cego que descobre o primeiro amor ao conhecer o novo aluno da escola Gabriel. Com um roteiro muito sensível o longa dirigido por Daniel Ribeiro, mostra a descoberta da sexualidade do personagem e como o jovem vai lidar com os conflitos gerados por isso.
O filme foi eleito o melhor na Mostra Panorama do Festival de Berlim e ganhou o prémio Teddy promovido pelo mesmo evento. Também levou diversos prêmios para filmes com temática LGBTQIAPN+ em diversas premiações de cinema pelo mundo e conquistou o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema Guadalajara por escolha do público.
Que horas ela volta? (2015)
Estrelado por Regina Casé, o longa conta a história da empregada doméstica Val. Ela se mudou de Pernambuco para São Paulo em busca de melhores condições para a sua filha Jéssica. Tempos depois, Jéssica já está crescida e vai para São Paulo prestar vestibular. Ao ficar hospedada na casa dos chefes da mãe a menina começa a questionar diversos comportamentos que sua mãe nunca havia refletido a respeito.
Com direção de Anna Muylaert, a obra ganhou o Prêmio do Público de melhor ficção na Mostra Panorama do Festival de Berlim. Além disso, o longa-metragem recebeu diversas indicações em outras premiações e foi eleito pela organização norte-americana National Board of Review um dos cinco melhores filmes estrangeiros do ano de 2015.
Aquarius (2016)
Indicado a melhor filme estrangeiro no César, o maior prêmio do cinema francês, e em diversas outras premiações. O longa-metragem “Aquarius” foi dirigido por Kleber Mendoça Filho e estrelado por Sônia Braga. Nele, vemos uma jornalista aposentada que tenta defender o prédio em que mora há anos após uma construtora resolver que quer demolir o edifício para construir um grande empreendimento.
A produção franco-brasileira mistura drama e suspense e se passa em Recife. A obra esteve na lista de melhores do ano de diversas publicações estrangeiras, concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes e também marcou presença em premiações como o Independent Spirit Awards e o Prêmio Platino.
Bacurau (2019)
Com um dos roteiros mais originais dessa lista, “Bacurau” conta a história de uma cidade pequena no interior do sertão brasileiro que em um futuro não muito distante foi apagada de todos os mapas do país. No longa vemos os membros da pequena comunidade enfrentando uma ameaça inusitada e tentando se defender ao mesmo tempo em que buscam respostas para o que pode estar acontecendo na cidade.
Aclamada internacionalmente, a obra dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles deu o que falar quando foi lançada e além de participar do Festival de Nova York levou prêmios nos festivais de Cannes, Munique e Lima.
Ajudando a divulgar a cultura brasileira e o cinema nacional as produções premiadas internacionalmente muitas vezes abrem portas para que profissionais do cinema nacional comecem carreiras internacionais ou tenham apoio para financiar novos projetos. Por isso, é sempre importante divulgar essas obras que fazem parte da história do cinema nacional. Em breve teremos a parte três dessa lista.