Texto: Thaís Melo
As telenovelas já fazem parte da cultura brasileira. O Brasil é tão conhecido por suas novelas que elas já fazem sucesso internacionalmente. Mas com tantas obras já produzidas, muitas vezes as inspirações acabam vindo dos lugares mais diversos. Uma dessas fontes de inspiração é a literatura, muitas novelas brasileiras têm suas premissas baseadas em clássicos da literatura mundial. Pensando nisso, fizemos uma lista com cinco telenovelas inspiradas em livros.
Gabriela (1975 e 2012)
A novela “Gabriela” já teve duas versões uma em 1975 protagonizada por Sônia Braga e outra de 2012 que teve como atriz principal Juliana Paes. Ambas as versões foram inspiradas no romance escrito por Jorge Amado intitulado “Gabriela, Cravo e Canela” publicado em 1958.
A história se tornou um clássico da teledramaturgia brasileira e conquistou fãs em ambas às vezes em que foi adaptada. A premissa da história é acompanhar a vida de uma retirante jovem e bonita que para fugir de um período de seca se muda para a Ilha de Ilhéus e lá conhece Nacib, o dono de um bar da região. Eles se casam, mas Gabriela acaba traindo o marido com um famoso conquistador da cidade. Ambas as versões adaptadas foram produzidas e transmitidas pela TV Globo.
Orgulho e Paixão (2018)
Em “Orgulho e Paixão” vemos uma adaptação não apenas de um, mas de diversos livros da escritora inglesa Jane Austen. A premissa principal se baseia no livro mais famoso de Austen, o romance clássico “Orgulho e Preconceito” (1813). Mas na trama também vemos a adaptação de outras histórias da autora como “Razão e Sensibilidade” (1811) e “Emma” (1815), por exemplo.
Na obra vemos uma sociedade onde o casamento é a única alternativa para uma mulher, mas a protagonista Elisabeta interpretada pela atriz Nathalia Dill tem pensamentos e condutas que não se encaixam muito bem a sua realidade. A novela também foi transmitida pela TV Globo.
Ciranda de Pedra (1981 e 2008)
Outra telenovela que também já ganhou mais de uma adaptação é “Ciranda de Pedra”. A obra ganhou duas versões uma em 1981 e outra em 2008, ambas exibidas pela TV Globo. A história é uma adaptação do romance homônimo de Lygia Fagundes Telles.
Na obra vemos uma esposa emocionalmente instável que vive um relacionamento problemático com o marido controlador. E acompanhamos também as histórias das três filhas do casal. Ambientada na década de 40 na capital paulista a obra mostra as dificuldades que as mulheres enfrentavam na época.
O Cravo e a Rosa (2000)
Queridinha dos brasileiros é difícil encontrar alguém que nunca tenha visto a novela “O cravo e a Rosa”. Embora tenha tido sua exibição original em 2000, ela já foi reprisada diversas vezes e em todas é um sucesso de audiência. Com Adriana Esteves e Eduardo Moscovis interpretando o casal de protagonistas, a obra da TV Globo é uma adaptação livre da obra “A Megera Domada” (1594), de William Shakespeare.
Que embora a princípio tenha sido uma peça de teatro, também virou livro. A telenovela também é considerada um remake da novela “O machão” (1974) exibida pela Rede Tupi na década de 70 e escrita por Ivanir Ribeiro. Ambientada na década de 20 a história mostra o desenvolvimento do romance entre o caipira Petruchio e a geniosa Catarina, filha de um rico banqueiro.
Éramos Seis (1958, 1967, 1977, 1994 e 2019)
A telenovela “Éramos Seis” mostra a história de Dona Lola e a sua luta para manter a sua família unida. Essa obra é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Maria José Dupré e publicado pela primeira vez em 1943. A história é uma campeã de adaptações, já que virou novela não apenas uma, mas cinco vezes.
A primeira adaptação da história foi em formato de radionovela pela Rádio Tupi em 1945. Já nas telinhas a obra foi adaptada pela Rede Record em 1958, pela TV Tupi em 1967, novamente pela TV Tupi em 1977. Pelo SBT em 1994 e sua última adaptação até o momento foi em 2019 pela TV Globo tendo Glória Pires como a Dona Lola.
E essa lista poderia ser ainda maior, muitas histórias de novelas que abordam alguma forma de vingança são claramente inspiradas no livro “O Conde de Monte Cristo” (1846), por exemplo. O que não faltam são obras da literatura nacional e internacional para serem adaptadas e nos renderem ótimas telenovelas que marcam gerações de espectadores no Brasil e às vezes até pelo mundo.