Texto: Jéssica Eusébio / Foto: Divulgação
Durante o Prêmio Grande Otelo 2025, enquanto celebrava “Ainda Estou Aqui”, Fernanda Torres compartilhou uma lista de clássicos nacionais que, segundo ela, carregam mais do que história: carregam identidade, potência e urgência de serem revisitados.
Mais do que uma homenagem ao passado, as escolhas de Fernanda apontam para a força contínua do cinema brasileiro, que segue pulsando, provocando e emocionando.
Os filmes indicados foram
O Homem do Sputnik (1959)
Com direção de Carlos Manga e atuação inesquecível de Oscarito, esse clássico da chanchada brasileira usa o humor como crítica à Guerra Fria e ao contexto político da época. Uma comédia que ironiza o Brasil no centro de uma disputa internacional e mostra como nossa indústria sempre soube rir — e refletir — com inteligência.
Terra em Transe (1967)
Glauber Rocha transformou o cinema com essa obra visceral. Um filme político, poético e profundamente simbólico, que mergulha nas entranhas do poder e do desespero. Referência máxima do Cinema Novo, Terra em Transe continua atual — incômodo, necessário e brilhante.
Todas as Mulheres do Mundo (1966)
Dirigido por Domingos Oliveira, é uma celebração da liberdade, do afeto e do feminino, com Leila Diniz como símbolo de um novo tempo. Uma comédia romântica sofisticada, urbana e cheia de alma, que abriu caminhos para outras narrativas mais íntimas e modernas no cinema brasileiro.
Vidas Secas (1963)
Dirigido por Nelson Pereira dos Santos e baseado na obra de Graciliano Ramos, o filme é um retrato duro e sensível da vida no sertão. A jornada silenciosa de uma família e seu cachorro em busca de sobrevivência num Brasil invisível. Uma obra-prima que fala sobre ausência, fome, dignidade — e que segue reverberando com força até hoje.
Mais do que clássicos: espelhos… A lista de Fernanda Torres não é apenas uma recordação afetiva, é um convite à memória ativa. São filmes que mostram um Brasil profundo, às vezes esquecido, mas essencial. Obras que influenciaram gerações de artistas e que seguem sendo ferramentas de resistência, beleza e provocação.
Qual destes títulos você já viu? Qual ainda falta conhecer?
Agora é a hora de rever, e sentir. Porque o cinema brasileiro é pra ser vivido de novo e de novo.