Texto: Letícia Holanda / Foto: Reprodução
Com pouco mais de um mês em cartaz nos cinemas, o filme Homem com H já levou mais de 600 mil pessoas às salas de exibição. Mesmo com esse sucesso nas telonas, o longa-metragem estreou na Netflix na última terça-feira (17) e rapidamente passou a liderar a lista dos filmes mais assistidos da plataforma.
A chegada ao streaming, no entanto, levanta questionamentos sobre a estratégia de distribuição adotada. Lançado nos cinemas em 1º de maio, o filme vendeu 163 mil ingressos apenas no fim de semana de estreia. Segundo dados da Box Office, a produção ultrapassou R$ 340 mil em bilheteria e permaneceu entre os dez títulos mais assistidos nas salas de cinema brasileiras, mantendo-se em exibição em diversas capitais do país.
Apesar do bom desempenho, a antecipação do lançamento no streaming pode ter impacto negativo na permanência do público nos cinemas. Diferente de outros títulos nacionais, que costumam chegar às plataformas digitais após, em média, 30 dias do encerramento das exibições comerciais, Homem com H teve a janela encurtada de forma incomum. Até o momento, nem a Netflix nem a distribuidora Paris Filmes se pronunciaram oficialmente sobre a decisão.
Em entrevista ao portal Metrópoles, a cineasta Cibele Amaral, integrante da Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Conne) explicou que, em muitos casos, a venda antecipada para plataformas já define previamente a janela de exibição nas salas. “As plataformas estabelecem seus termos e, muitas vezes, os produtores e distribuidores fecham a melhor proposta que conseguem”, afirma.
Cibele também defende que a situação revela a urgência de uma regulamentação para as plataformas de streaming, destacando os impactos em toda a cadeia do audiovisual: “Para o mercado, é muito problemático ter uma janela tão curta entre a estreia nos cinemas e o lançamento nas plataformas. Isso quebra o mercado”, alerta.
