Texto: Thaís Melo
Junho é um mês especial para os membros da comunidade LGBTQIAPN+, isso devido a esse mês ser considerado o mês do orgulho para os membros desse grupo. A celebração começou nos Estados Unidos e outros países como o Brasil já aderiram e tem o sexto mês do ano como um período especial para a conscientização sobre as causas desse grupo e para a celebração de cada letrinha que compõe essa sigla.
O mês de junho começou a ser visto dessa forma, pois em junho de 1969 aconteceu uma série de manifestações nos Estados Unidos que ficaram conhecidas como “Rebelião Stonewall”. As manifestações foram violentas e começaram após policiais terem invadido um bar localizado em Nova York onde a maior parte dos frequentadores era da comunidade gay.
Como era uma época de muita intolerância e homofobia essas manifestações foram fundamentais para a “libertação gay” já que essas pessoas por muito tempo precisaram se esconder e esconder sua orientação sexual. E foi muito importante também para que a comunidade LGBT do país começasse a lutar pelos seus direitos.
De lá para cá já foram décadas de luta não só nos Estados Unidos, mas em vários países do mundo. E embora muita coisa já tenha mudado e muitos direitos já tenham sido conquistados ainda existe muito para se melhorar. A homofobia e o preconceito enfrentados pelos membros dessa comunidade ainda estão presentes em todo o mundo.
Além disso, outros países também costumam realizar paradas nesse mês e celebram outras festividades da comunidade LGBTQIAPN+. Por isso, embora ainda não seja celebrado o mês do orgulho em todos os países, muitos vêm aderindo e usando esse período de 30 dias para conscientizar e educar sobre as causas dessa comunidade.
Outro motivo para junho ser um mês em que as causas dessa comunidade ficam em alta é que no dia 28 de junho é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, a data foi escolhida também fazendo referência a Rebelião Stonewall.
Tanto o dia, quanto o mês do Orgulho no fundo acabam tendo o mesmo propósito: celebrar a emancipação das pessoas dessa comunidade, que após muitos anos sendo oprimidas e tendo que se esconder finalmente podem ser quem são com orgulho. Infelizmente, o orgulho ainda precisa lidar com o medo, o Brasil é um dos países mais preconceituosos com os membros dessa comunidade.
Também existe em outros meses do ano dias específicos para cada uma das letrinhas que compõe essa sigla como o “Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia” celebrado em 17 de maio e o “Dia Internacional das Pessoas Não Binárias” celebrado em 14 de julho dentre outras datas. Mas como essas são datas para grupos específicos elas acabam não tendo a mesma proporção que o dia 28 de junho que abrange todos os membros da comunidade, tendo assim uma maior amplitude.
Com tanto preconceito sofrido durante todo ano, com tantos casos de mortes causadas por pessoas que se recusam a aceitar as diferenças e tantas outras coisas que as pessoas dessa comunidade enfrentam. Nada mais justo do que celebrar durante um mês inteiro.
Celebrar a resistência e a força que eles precisam ter, celebrar por aqueles que não estão mais aqui, mas quando estavam foram obrigados a se esconder. Celebrar o fato de estarem vivos em países onde eles podem ser mortos ou sofrerem atos de violência por serem quem são, celebrar a liberdade que eles já conquistaram, celebrar a diversidade e mais do que tudo o amor e as suas diferentes formas de se manifestar.
