Texto: Thaís Melo
O cinema brasileiro sempre foi rico em paisagens, histórias, estilos e em retratar a variedade cultural do Brasil. Com um país tão grande e miscigenado como o nosso é muito natural que exista uma grande diversidade cultural. Em cada região do país é possível notar um Brasil diferente, com variações na culinária, na fala, nos costumes, no clima, dentre outras coisas.
Com o Cinema Novo que dominou o cinema nacional nas décadas de 60 e 70 os filmes passaram a mostrar mais da realidade do país ao invés de apenas seguirem as tendências hollywoodianas. Com isso fome, pobreza e violência passaram a ser retratadas nos longas. Mas também a partir disso passamos a ver representações do carnaval, das nossas belas paisagens, das diferentes culturas espalhadas pelo Brasil.
Tendo a capacidade de conversar com diversos públicos, ser acessível para grande parte da população e servir como forma de registro histórico de uma época o cinema é excelente tanto em mostrar a cultura brasileira quanto em fazer parte dela. Filmes como “Cidade de Deus”, “O Auto da Compadecida”, “O ano em que meus pais saíram de férias” dentre muito outros servem para ilustrar épocas da nossa história e para transmitir parte da nossa cultura.
A partir do audiovisual podemos retratar representatividade em tele de todas as culturas presentes no Brasil de Norte a Sul. Proporcionando ao espectador viajar sem sair do lugar, alguém que mora no Sul do país pode conhecer parte da cultura da região Norte sem nunca ter estado lá por meio de alguma produção cinematográfica. Outro que nunca viu o oceano, por exemplo, pode conhecer as praias do Rio de Janeiro vendo um filme.
O cinema é cultura, transmite a cultura e preserva registros da nossa cultura, tanto para os próprios brasileiros terem noção da diversidade encontrada no país quanto também para os estrangeiros que muitas vezes podem achar que o Brasil se limita ao Rio de Janeiro ou terem em mente alguma versão estereotipada do nosso povo.
É fundamental que vejamos o cinema como uma forma de porta de entrada para outras formas de cultura, para outros tipos de vivências fora da bolha em que cada indivíduo vive, e também como uma das formas mais fáceis de levar a nossa identidade cultural para ser apresentada fora do país.
Por chegar onde muitas formas de expressão cultural não conseguem estar, seja por ter uma linguagem mais aceita, seja por ter uma magia que fascina a todos desde as crianças até os mais idosos, por muitas vezes exigir uma infraestrutura menor também.
Afinal, acaba sendo mais fácil projetar um filme em uma praça pública de uma cidade do interior do que levar um show de grande estrutura por exemplo. Ou uma exposição de arte. Preservar o cinema e incentivar cada vez mais o retrato cultural do Brasil nas nossas produções significa facilitar a propagação da cultura nacional pelo país e pelo mundo.