Texto: Ariel Dandara / Foto: Daniel Correia
O festival Tela Cariri – O Nordeste é coisa de cinema, marcou sua primeira edição com presenças ilustres, grandes produções regionais, rodadas de negócios com players de todo o país e muito mais. O evento teve como sede principal o Centro Cultural do Cariri, localizado na cidade de Crato, como também contou com ações itinerantes em outros municípios, como Juazeiro do Norte, Brejo Santo e Campos Sales, apresentando o total de 198 filmes no território. Roteiristas e cineastas tiveram a oportunidade única de expor seus projetos para produtoras, distribuidoras e estúdios, onde pela primeira vez na história uma cidade interiorana foi palco de uma rodada de negócios com grandes nomes do cinema a nível nacional.
Alguns dos nomes mais importantes do mercado estiveram presentes para as rodadas de negócio que ocorreram durante o festival, como Estúdios Globo Dramaturgia, A2 Filmes, Cine Cultura Liberty Mall, Embaúba Filmes, Europa Filmes, Globoplay, Canal Curta!, Estúdio Globo Séries, Gavulino Filmes, Canal Brasil, Camisa Listrada, InCartaz, Total Entretenimento, TV Zero, Globo Filmes, Aquarius, Box Brazil, LC Barreto, Glaz Entretenimento, Uol e Descoloniza Filmes. Foram realizadas um total de 525 reuniões entre realizadores e players, que deixaram a região do Cariri impressionados com a qualidade dos projetos apresentados.
A última noite teve seu encerramento com a exibição do filme convidado “Corisco e Dadá”, entrega de prêmios, menções honrosas e mais homenagens para os convidados, dentre eles o cineasta e roteirista Rosemberg Cariry. Na noite anterior, o festival prestou honras à eterna Macabéa, protagonista em “A hora da estrela”, interpretada pela atriz Marcélia Cartaxo. Ambas as trajetórias são marcadas por talentos inestimáveis que inspiram gerações e consequentemente, fortalecem o cinema nordestino.
Na mostra competitiva, o destaque da premiação foi para o longa baiano “Café, Pépi e Limão”, levando para casa quatro troféus nas seguintes categorias: “Melhor Roteiro de Longa-Metragem”, “Melhor Fotografia de Longa-Metragem”, “Melhor Ator de Longa-Metragem” e “Melhor Filme de Longa-Metragem”.
Os curtas foram assinados pela diversidade de produções premiadas, tendo “Coisa de preto” como vencedor de “Melhor Roteiro de Curta-Metragem”, Victor Furtado como “Melhor Ator de Curta-Metragem” em “Na peleja brasileira”, Titina Medeiros “Melhor Atriz de Curta-Metragem” e “Fala Mestre” premiado na categoria “Melhor Filme de Curta-Metragem”.
Confira a lista completa de vencedores abaixo:
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Mostra Competitiva de Longa-Metragem
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Melhor Roteiro – Pedro Léo por “Café, Pepi e Limão” de Adler Kibe e Pedro Léo
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Melhor Montagem – Bau Carvalho por “Saravá, meu avô” de Euselio Gadelha Oliveira e Gabriela Alencar Oliveira
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Melhor Som – Guma Farias e Buguinha Dub por “Estação Janga-Lua” de Chia Beloto e Rui Mendonça
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Melhor Direção de Arte – Rodrigo Frota por “Filhos do mangue” de Eliane Caffé
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Melhor Fotografia – Pedro Semanovschi por “Café, Pepi e Limão” de Adler Kibe e Pedro Léo
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Melhor Atriz – Titina Medeiros por “Filhos do mangue” de Eliane Caffé
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Melhor Ator – João Vitor Souza por “Café, Pepi e Limão” de Adler Kibe e Pedro Léo
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Melhor Direção – Mariana Jaspe por “Quem é essa mulher?”
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Melhor Filme – Café, Pepi e Limão de Adler Kibe e Pedro Léo
- Mostra Competitiva de Curta-Metragem
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Melhor Roteiro – Daniela Bento por “Coisa de Preto” de Pâmela Peregrino
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Melhor Montagem – Emanuel Brito e Hander Paiva por “Tem dia que de noite é foda”
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Melhor Som – Audiofílico por “Almadia” de Mariana Medina
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Melhor Direção de Arte – Jefferson de Souza por “Mira” de Sollon Rodrigues
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Melhor Fotografia – Ching C. Wang por “Margem” de Domingos Antonio e Flávio Ermírio
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Melhor Atriz – Titina Medeiros por “Ladeira abaixo” de Ismael Moura
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Melhor Ator – David Santos por “Na Peleja brasileira” de Victor Furtado
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Melhor Direção – Vanessa Kypá por “ O Sonho de Anu”
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Melhor Filme – Fala Mestre – Inventário da Tradição de Augusto Pessoa
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O júri, composto por especialistas na área e presidido pelo gestor cultural Alexandre Soares, de Pernambuco, decidiu ainda pelas seguintes menções honrosas:
CURTA-METRAGEM
Pelos potentes registros que levam o expectador à reflexão sobre a importância das raízes culturais de um povo, no sentido da afirmação de sua identidade e pertinência a sua região. O júri oficial concede menções honrosas aos curtas “Canto de Acauã” de Jaya Pereira e “Diálogos indígenas do nosso tempo” de Gustavo Guedes.
LONGA-METRAGEM
Pela riqueza cultural apresentada através do personagem, celebrando a música, a dança e vida, concedemos a menção honrosa de melhor personagem ao Mestre Zeca do Rolete por “Estação Janga-Lua” de Chia Beloto e Rui Mendonça.
O sucesso do festival culmina nas expectativas de que novas edições possam acontecer futuramente, movimentando a economia local, descobrindo talentos e enaltecendo a cena nordestina como palco para novas histórias. Pode-se dizer que a missão de interiorizar o cinema, foi mais que cumprida com a estreia do Tela Cariri – O Nordeste é coisa de cinema.